Nas últimas semanas, o mundo do futebol foi abalado por uma perda trágica: o zagueiro uruguaio de 27 anos Juan Manuel Izquierdo Viana, do Nacional (URU), sofreu um colapso em campo e posteriormente veio a óbito por morte encefálica em decorrência de uma parada cardiorrespiratória associada à arritmia cardíaca.
O caso chamou a atenção para os cuidados imediatos necessários em casos de parada cardíaca súbita e como uma equipe preparada e bem equipada pode ser crucial para salvar vidas.
O que aconteceu com Izquierdo?
No dia 30 de agosto de 2024, durante uma partida do Nacional contra o São Paulo pela CONMEBOL Libertadores no Estádio Morumbis, Juan Izquierdo passou mal após sofrer uma arritmia cardíaca e cambaleou antes de cair desacordado. O jogador foi encaminhado para o Hospital Albert Einstein. Ao chegar, ele estava em parada cardiorrespiratória – uma condição em que o coração deixa de bater e a respiração cessa -e precisou ser reanimado. Nos dias seguintes, exames revelaram um quadro neurológico crítico.
Como o Caso Poderia Ter Sido Evitado?
Segundo informações fornecidas por representantes da Conmebol, o jogador ainda respirava e tinha pulsação quando entrou na ambulância e como a equipe médica não constatou parada cardíaca, o desfibrilador não foi acionado e os médicos não iniciaram as manobras de ressuscitação.
Uma pesquisa da Sports Medicine Open analisou 29 incidentes cardiorrespiratórios em atletas e concluiu que todos aqueles que receberam desfibrilação e massagem cardíaca em menos de 3 minutos sobreviveram e todos em que os procedimentos foram realizados após 5 minutos vieram a óbito.
O manual de emergências médicas da FIFA também reforça essa necessidade, afirmando que “qualquer jogador que desmaie ou colapse sem contato prévio com outro jogador ou com a bola deve ser considerado como sofrendo de parada cardíaca súbita (PCS)”.
O documento enfatiza que o desfibrilador deve ser utilizado antes mesmo da cessação da respiração. Infelizmente, no caso de Juan Izquierdo, esse protocolo não foi seguido, o que poderia ter alterado o desfecho, uma vez que o aparelho detecta a necessidade de choque e fornece um diagnóstico preciso durante o ocorrido.
Caso similar ocorreu na Eurocopa!
Esse caso lembra o ocorrido com o jogador dinamarquês Christian Eriksen, na época com 29 anos, que sofreu uma parada cardíaca em um jogo da Eurocopa.
A grande diferença foi a rápida utilização de um desfibrilador, o que permitiu a reanimação de Eriksen ainda em campo, possibilitando seu retorno ao futebol 8 meses após o ocorrido.
Como o DEA poderia ter sido usado?
O desfibrilador DEA é um equipamento fácil de usar, mesmo por pessoas leigas, graças às instruções de voz e gráficos que guiam o usuário passo a passo. No caso de uma parada cardíaca, o DEA deve ser aplicado o mais rápido possível, idealmente nos primeiros minutos após o colapso, para aumentar as chances de sucesso.
- Avaliação Inicial e RCP: Ao identificar que a pessoa não responde e não respira normalmente, deve-se chamar ajuda e iniciar a RCP imediatamente. Enquanto isso, o DEA deve ser trazido ao local.
- Aplicação do DEA: Uma vez o DEA em mãos, deve-se ligar o aparelho e seguir as instruções de voz. Os eletrodos devem ser posicionados no tórax da vítima conforme indicado.
- Análise e Choque: O DEA analisa o ritmo cardíaco e determina automaticamente se um choque é necessário. Caso positivo, o DEA orienta o usuário a se afastar da vítima antes de administrar o choque.
- Continuação da RCP: Após o choque, a RCP deve continuar até que os sinais vitais retornem ou até a chegada de ajuda médica avançada.
O Que Você Precisa Saber Sobre o Uso do DEA
- Tempo é Essencial: Quanto mais rápido o DEA for utilizado, maiores são as chances de salvar uma vida.
- Facilidade de Uso: Mesmo quem não é da área médica pode operar um DEA, graças às instruções claras do equipamento.
- Manutenção e Treinamento: Equipamentos como DEAs requerem manutenção regular, e o treinamento de pessoas no local pode fazer toda a diferença em uma emergência.
Conclusão
O incidente envolvendo Izquierdo destaca a importância crucial de estar preparado para emergências cardíacas em qualquer ambiente, não apenas no esporte.
É por isso que a Cmos Drake tem se empenhado em conscientizar a população sobre a necessidade de um preparo adequado para a prestação de primeiros socorros eficientes. Nosso objetivo é reduzir significativamente a ocorrência de casos como este.