No espaço escolar, é comum a ocorrência de acidentes, principalmente, envolvendo alunos. O crescente registro de emergências nesse ambiente vem reforçando a necessidade de discussões e orientações quanto aos primeiros socorros nas escolas.
Dados da ONG Criança Segura comprovam que acidentes são as maiores causa de morte de crianças de 01 a 14 anos no Brasil. Sendo que grande parte desses casos poderia ser evitada por prevenção ou mesmo com um pronto atendimento realizado por pessoas preparadas.
Não à toa, a Lei Lucas – projeto criado após o menino Lucas, de Campinas, falecer ao engasgar com um pedaço de salsicha de cachorro quente em passeio escolar e que obriga a capacitação de professores e funcionários de escolas, públicas e privadas, de ensino infantil e básico sobre atendimento de primeiros socorros – é uma das medidas mais preventivas quando o assunto são acidentes em ambientes escolares.
Ao nos depararmos com casos como esses, fica clara a importância do preparo adequado de professores e funcionários das escolas. A instrução adequada, tanto para agir em situações de emergência e ou mesmo para prevenção de acidentes, é crucial para salvar a vida dos alunos.
E é sobre isso que abordaremos nesse artigo. Levantando as principais informações sobre kits de primeiros socorros, telefones e equipamentos úteis. Além de orientações aos professores em caso de sangramento nasal, intoxicação, engasgamentos, convulsões, paradas cardíacas, desmaios, entre outros possíveis acidentes.
Aproveite a leitura!
O que precisa ter no kit de primeiros socorros nas escolas?
Pode parecer, mas essa não é uma pergunta tão simples assim.
Em quase todo lar ou escola brasileira é possível encontrar um kit de primeiros socorros, mas eles realmente estão completos?
Na dúvida, o primeiro ponto é se certificar que o kit esteja em um lugar seguro, para o acesso rápido de adultos. E se ele compreende uma diversidades de materiais para o maior número de possíveis situações e acidentes.
Por isso selecionamentos abaixo uma lista completa de itens importantes para um kit de primeiros socorros nas escolas:
- Gaze;
- Compressa;
- Atadura de crepom de 10 cm;
- Micropore;
- Esparadrapo;
- Bolsa Termogel;
- Luvas cirúrgicas descartáveis;
- Almotolia de Sabão Líquido;
- Soro fisiológico 0,9%;
- Band-Aid;
- Tesoura sem ponta;
- Termômetro Digital;
- Frasco de Álcool 70%;
- Desfibrilador Externo Automático DEA ;
- Água oxigenada – volume 10;
- Algodão;
- Antisséptico;
- Cotonetes;
- Pinças;
- Pomada para queimadura;
- Repelente contra insetos;
- Remédios e medicamentos (ex: Paracetamol, ibuprofeno ou cetirizina);
- Solução de iodo;
- Toalhas antissépticas.
E quais são os equipamentos úteis para resgate e primeiros socorros nas escolas?
Para além do kit de primeiros socorros nas escolas, assim como outras instituições com a SST, é preciso contar com outros itens úteis para resgate e tratamento de emergências.
Listamos abaixo os itens que o kit de primeiros socorros precisa ter a fim de salvar a vida dos alunos e prevenir outros acidentes em sua escola:
- Boias;
- Lanterna;
- Lençóis descartáveis;
- Sabonete neutro;
- Tala de imobilização;
- Torniquete elástico.
Em caso de acidentes com alunos, o que fazer, para onde ligar e pedir ajuda?
Em momentos de acidentes é bastante comum que nos esqueçamos de informações importantes como números de emergência. E ligar para o resgate é a primeira e mais importante ação que deve ser tomada em casos de acidentes.
Afinal, o tempo de resgate é crucial para salvar a vida das crianças, sendo assim é importante que os números de telefones das principais agentes de socorro estejam salvos e de fácil acesso. Tanto nas agendas de celular quanto em locares físicos nas escolas.
Listamos abaixo os principais telefones úteis e de emergência:
- Corpo de Bombeiros – 193;
- SAMU – 192;
- Defesa Civil – 199;
- Polícia Militar – 190;
- Disque-Intoxicação (ANVISA) – 0800-722-6001.
Além desses números listados, podem existir telefones próprios de instituições socorristas da sua região. Então, mantenha-se atento!
Casos de primeiros socorros na escola e como agir
Reforçamos que acidentes estão entre as principais causas de mortes entre crianças de 01 a 14 anos. Dentre eles se destacam trânsito, sufocamento, engasgo e a parada cardiorrespiratória decorrente desses dois últimos. Como dissemos, aprender noções básicas de primeiros socorros nas escolas para esses e outros casos, além de ser obrigatório por lei (Confira informações sobre a lei Federal conhecida como Lei Lucas), ainda é crucial para ajudar a salvar vidas.
Infelizmente, sabemos que alguns casos de acidentes podem não ser contornados. Mas a maioria deles poderia ser evitada com prevenção ou, principalmente, solucionada através da prestação correta das ações de primeiros socorros básicos aliada à chegada de um resgate adequado e preparado.
Abaixo detalhamos orientações de primeiros socorros nas escolas nos casos mais comuns segundo a pesquisa da ONG Criança Segura. Confira:
1. Primeiros socorros em caso de sufocamento
Infelizmente é bastante comum que crianças, principalmente as mais novas, coloquem objetos e brinquedos pequenos na boca, o que pode causar sufocamento. Fora objetos, alimentos pouco mastigados também podem causar a obstrução e asfixia.
Em caso de asfixia em crianças é importante examinar a cavidade nasal da vítima, buscando identificar o objeto que está obstruindo e concluir se é possível puxá-lo com o dedo, ou com a pinça, de maneira segura. É necessário bastante cuidado para não introduzi-lo ainda mais.
Caso o professor ou funcionário entenda que é possível retirar o objeto ele precisará fazer isso usando os dedos como pinça. Uma boa opção também é incentivar a criança a tossir, isso pode ajudar na retirada do objeto.
Mas se isso não for possível, ou muito arriscado, será necessário realizar uma manobra para acabar com a obstrução. Abaixo, orientamos como fazer isso com crianças maiores:
– Abrace a criança por trás, colocando seus braços por baixo das axilas da vítima.
– Suas mãos devem estar posicionadas na região abdominal da criança, na linha do umbigo. O ideal é que elas estejam bem firmes, uma mão segurando no punho da outra.
– Faça movimentos fortes e repetitivos até que a criança cuspir o que estiver obstruindo a passagem de ar.
Aproveite e assista este vídeo do Ministério da Saúde que ilustra melhor a prática de desengasgo em criança.
É importante reforçar também o que não fazer, como levantar os braços da crianças e levar sua cabeça para trás. Isso pode fazer com que a obstrução seja intensificada e o objeto desça mais na garganta da vítima.
Já neste outro vídeo, também do Ministério da Saúde, você entende como fazer socorrer bebê de colo que sofreu de engasgo:
Risco iminente de parada cardiorrespiratória
A insuficiência de oxigenação pode ter consequências muito graves, pois o quadro pode evoluir rapidamente para uma parada cardíaca. Nas crianças e bebês, esse risco é ainda maior e o tempo mais curto devido ao fato de o organismo estar acostumado com a oxigenação mais rápida devido aos batimentos cardíacos mais acelerados por natureza. Então é muito importante proceder com essas ações de desengasgo rapidamente. Se o quadro não for revertido rapidamente, provavelmente vai evoluir, e então será necessário também realizar as manobras de RCP (ressuscitação cardiopulmonar) juntamente com o uso do Desfibrilador Externo Automático, que são as ações para socorrer vítimas de parada cardiorrespiratória. A cada minuto em parada, uma pessoa pode perder até 10% da sua capacidade vital. O cérebro também sofre com a falta de oxigenação e, quanto mais tempo exposto a esse fator, mais chances de apresentar danos cerebrais.
2. Primeiros socorros em caso de Paradas Cardíacas
Podemos até pensar que esses casos são raros em escolas e com crianças, mas, como demonstrado nos exemplos e pelo risco associado a outros acidentes como engasgos e afogamento, essas ações de primeiros socorros em caso de paradas cardíacas nas escolas merecem ainda mais atenção. Conheça os tipos de infarto.
Em caso de parada cardíaca em crianças é crucial que professores e funcionários estejam preparados para 2 ações: saibam realizar corretamente as compressões torácicas no tórax da criança, até porque esse procedimento sofre leves alterações quando feita em crianças; e estejam preparados para utilizar o Desfibrilador Externo Automático (DEA).
3. Primeiros socorros em caso de Intoxicação
Falamos como é comum que crianças levem objetos e brinquedos a boca. Quando não ocorre sufocamento, como falamos anteriormente, podem ocorrer intoxicações. E existem alguns sintomas que indicam isso, como: vômito, diarreia, dificuldade para respirar, inquietação, dores, queimaduras, entre outras.
Nesses casos é preciso identificar a causa dessa intoxicação ou envenenamento, e retirar esse objeto do contato com a criança. Os primeiros socorros nesses casos vão variar conforme a causa, se for algo que a criança ingeriu, por exemplo, o mais adequado é encaminhá-la a um centro de saúde, buscando levar o rótulo do produto com você.
No geral quando ocorre uma intoxicação o recomendado é deixar a criança em repouso, evitar forçar vômito e, como dissemos, levá-la ao médico urgentemente.
4. Primeiros socorros em caso de sangramento nasal
Seja com doenças infecciosas, tempo seco ou mesmo acidente, é comum que ocorram sangramento nasal em crianças.
Quando isso acontece é importante que o professor ou funcionário acalme a criança, a sente em posição ereta com uma leve inclinação para a frente. Em seguida pressione por 5 a 10 minutos a narina que está com sangramento.
Se persistir aplique compressa de gelo na base do nariz e, caso isso também não resolva, leve o aluno a um pronto-socorro.
5. Primeiros socorros em caso de Convulsões
Existem várias causas para as convulsões e quando elas ocorrem é preciso agir rápido para ajudar a criança.
Primeiro de tudo é preciso retirar objetivos perto da criança, dando espaço a ela e evitando que, nos movimentos desnorteados ela esbarre em algo e se machuque. Busque também, com cuidado, colocá-la deitada de costas.
Depois introduza um pedaço de pano entre os dentes da vítima para evitar que ela morda a língua. E incline um pouco seu queixo para facilitar sua respiração. Se ela estiver babando incline seu rosto para o lado de modo que ela não engasgue com a própria saliva.
Confira se suas roupas, ou se existe acessórios que possam estar prendendo seu corpo.
É importante entender que normalmente as crises convulsivas ocorrem em pouco tempo, e que não é recomendado de modo algum que se segure a pessoa ou dê tapas em seu rosto buscando reanimá-la. Geralmente convulsões não são graves, mas é sempre importante tentar entender suas causas, então, levar a criança para um pronto socorro é necessário.
6. Primeiros socorros em caso de afogamento
As intercorrências por afogamento na escola não são tão incomuns como professores e pais gostariam. A natação como uma atividade física extracurricular oferece saúde física e mental para os alunos.
Mas, infelizmente, o afogamento é uma das principais causas de morte não intencional em crianças de 0 a 4 anos nos EUA, segundo a USA Swimming Foudation. Segundo o Ministério de Saúde, 3 em cada 17 pessoas que morrem afogadas diariamente no Brasil são crianças.
Para evitar o aumento dessas estatísticas, é imprescindível que a criança use boias (seja de braço ou de cintura) ou coletes adequados (coletes de adultos não foram projetados para crianças) na piscina.
As piscinas devem ser cercadas principalmente quando não utilizadas. E qualquer atividade na água deve ser supervisionada por profissional habilitado.
Caso ocorra o afogamento de uma criança, o primeiro passo é retirá-la o mais rápido possível da piscina em posição vertical, de modo que a cabeça fique alinhada no nível acima do corpo. Posteriormente, deve-se avaliar se ela está acordada, se responde a algum comando. Enquanto tudo isso ocorre, alguém deve ficar responsável por acionar o serviço de emergência.
A pessoa que está socorrendo deve identificar se a criança está com dificuldade para respirar, se está tossindo, espumando na boca ou no nariz.
Se a criança estiver respirando e consciente, ela deve ser colocada em posição lateral direita para ter mais conforto ao respirar e aquecida com alguma manta. Se a criança não estiver consciente, é bom seguir as orientações do atendimento de serviço de Bombeiros.
Como preparar sua escola para os primeiros socorros
Como dissemos, muitos dos acidentes com crianças poderiam ser prevenidos, o cuidado nunca é demais
Além dos kits e aulas de primeiros socorros para os professores e funcionários é importante se atentar à infraestrutura do ambiente, buscando identificar possíveis locais sensíveis e propícios a acidentes, principalmente áreas abertas.
Como por exemplo vigilância constante e o cuidado de deixar objetivos e produtos sensíveis em locais seguros.
Construir cartilhas e incentivar a educação de segurança para os pequenos também aparecem como opões necessárias.
Para saber como melhorar a segurança na sua escola ou na escola do seu filho, baixe agora o Guia 5 ações para melhorar a segurança no ambiente escolar. A propósito, aproveite e compartilhe com os colegas da sua escola!
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A cada 40 segundos um brasileiro morre devido a problemas cardíacos. Termos a missão de levar um Desfibrilador ao alcance de todos os brasileiros, e também trazemos aqui em nosso blog conteúdo informativo sobre o tema e dicas de saúde e cuidados com o coração.
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