Os ataques cardíacos estão entre as principais causas de mortes repentinas no mundo. Por isso, saber como usar o DEA (Desfibrilador Externo Automático) corretamente pode ser a diferença entre salvar ou não uma vida nesses casos.
Seja em locais públicos ou em empresas e escolas, todos os lugares que têm grande circulação de pessoas diariamente precisam estar equipados com esse aparelho, bem como contar com pessoas capacitadas para, além de operá-lo, também prestarem os primeiros socorros da melhor maneira.
Neste artigo, você entenderá um pouco mais sobre o quanto o desfibrilador é fundamental para aumentar a sobrevida de quem está em um episódio de parada cardiorrespiratória (PCR), arritmia maligna, entre outros problemas do coração, assim como aprender tudo sobre como usar o DEA.
Qual a importância do DEA na hora de salvar vidas?
A função do desfibrilador externo automático é disparar uma corrente elétrica no coração do paciente, para reiniciá-lo, a fim de que ele volte aos batimentos considerados normais. Ele é essencial para o tratamento a vítimas de arritmias malignas como taquicardias e fibrilação ventricular.
Esse equipamento de emergência médica é fundamental para ser usado em pessoas vítimas de parada cardíaca antes mesmo que elas sejam atendidas pela equipe de socorro especializado, como o SAMU.
Contar com o DEA é de extrema importância nesses casos, pois, muitas vezes, o atendimento médico pode demorar a chegar; e a agilidade em prestar o atendimento é fundamental para salvar uma vida.
Cerca de 50% das vítimas não chegam ao hospital a tempo e acabam falecendo. Por outro lado, 90% dos pacientes sobrevivem, se o uso do desfibrilador ocorrer nos primeiros 10 minutos após o acidente.
Leia também: Desfibrilador: quanto custa o aparelho que salva vidas?
Em quais locais o DEA pode ser utilizado?
O DEA, ao contrário do desfibrilador cardioversor, pode – E DEVE – ser utilizado em qualquer local, inclusive deveria estar até mesmo nas casas e condomínios.
Mas já existem algumas leis estaduais e municipais, como a do projeto de lei 4050/04, tornaram o DEA obrigatório em locais com circulação considerável de pessoas.
O referido projeto abrange locais com circulação superior a 4.000 pessoas. Mas, em alguns estados, a exigência do DEA é para locais com circulação de no mínimo 1 mil ou até menos.
Dessa forma, transportes públicos, condomínios, estádios de futebol, empresas de variados segmentos, entre outros lugares precisam atender a essa determinação.
Como funciona o DEA?
O DEA é um equipamento de emergência que foi projetado para ser utilizado por pessoas que não são profissionais de saúde, ao contrário do desfibrilador cardioversor que exige manuseio especializado. Há também a opção do DEA Trainer, equipamento feito especificamente para treinar o uso do DEA. Isso porque o próprio equipamento faz o diagnóstico e determina o tratamento, de forma automática.
Posicionando os eletrodos no tórax da vítima, o aparelho detecta os batimentos do coração, identifica a arritmia cardíaca e determina o tratamento. Tudo o que o operador precisa fazer é apertar o botão de choque, seguindo sempre as instruções emitidas pelo aparelho em voz, ícones e textos instrutivos na tela.
Como usar o DEA corretamente? Confira o passo a passo!
É preciso saber como usar o DEA corretamente para que as vítimas de infarto tenham maior chance de sobreviver. O uso do DEA, em conjunto com alguns outros procedimentos simples são essenciaispara manter o indivíduo vivo até a chegada do socorro. Veja agora o passo a passo de um atendimento de sucesso nesses casos.
1. Identifique se há necessidade de socorro
Antes de saber como usar o DEA, é preciso verificar se o indivíduo apresenta os sinais clássicos de ataque cardíaco. Para isso, é importante verificar se a pessoa está respirando e com consciência. Caso não esteja, é preciso prestar o socorro imediatamente.
Antes de qualquer coisa, ligue para a emergência informando o ocorrido. Caso tenha mais pessoas no local, peça para que alguém entre em contato enquanto outra traz o DEA imediatamente. Dessa forma, você já pode iniciar o procedimento de RCP até o DEA estar em suas mãos.
2. Ligue o DEA
Posicione o DEA próximo à vítima, ligue o aparelho e siga as orientações fornecidas pelo equipamento. Esse é um diferencial do DEA, pois no desfibrilador manual é necessário saber avaliar o paciente antes de realizar qualquer manobra.
3. Posicione os eletrodos
Os eletrodos precisam ser posicionados corretamente para não comprometer sua funcionalidade.
O eletrodo com a indicação do lado direito do paciente (apex) precisa ficar no peito acima do mamilo direito e abaixo da clavícula.
O eletrodo com a indicação do lado esquerdo do paciente (sternum) precisa ser colocado nas última costelas, abaixo do mamilo esquerdo.
Aqui, valem algumas observações:
- em homens com excesso de pelos no tórax é indicada a raspagem antes de colar os eletrodos;
- é importante verificar se a vítima não está molhada. Caso esteja, é importante secá-la antes;
- se souber que a pessoa que está sendo atendida usa marcapasso, não se deve colocar os eletrodos sobre ele, pois pode haver interferência nas informações;
- o mesmo vale para acessórios de metal, como joias e até sutiãs com aros, que devem ser retirados antes de usar o desfibrilador.
4. Conecte os eletrodos ao DEA
Após a fixação dos eletrodos, instale o cabo dos eletrodos no conector do equipamento e espere o DEA analisar o ritmo cardíaco do paciente. É essa análise que determinará se será aplicado, ou não, o choque.
5. Verifique o tratamento indicado pelo DEA
Se for indicado o choque, mantenha-se afastado da vítima e se certifique para que ninguém esteja encostado ou muito perto dela e do DEA antes de apertar o botão. Aperte o botão e assim que o DEA orientar, realize as compressões torácicas no ritmo do beep.
Caso o aparelho não indique choque, mantenha as compressões (massagem cardíaca) até a chegada do socorro.
Observações importantes durante o uso do DEA
Agora que você já sabe como usar o DEA, vale lembrar que quem manuseia o equipamento pode se sentir totalmente seguro, pois o botão só é acionado quando o equipamento identifica a necessidade da desfibrilação.
Além disso, o desfibrilador dispara apenas uma descarga elétrica por vez. Assim, em um período de até 2 minutos após o primeiro choque, é feita nova leitura autimática do ritmo cardíaco e o apontamento dos demais passos que precisam ser seguidos.
Outro ponto muito importante que precisa ser reforçado é que o DEA não deve ser removido até a chegada do atendimento médico. Pois, caso haja novamente a necessidade de uso nesse intervalo, ele já estará devidamente posicionado.
Caso o DEA utilizado seja a versão completa (com Feedback de RCP), posicione o dispositivo no tórax do paciente antes de iniciar a compressão torácica.
Ao realizar o procedimento, fique atento às orientações de voz e texto do equipamento. São elas que ajudarão você a fornecer um atendimento com maior qualidade e efetividade.
Como treinar pessoas leigas para operar o DEA?
O DEA é um equipamento de uso fácil, intuitivo e autoexplicativo. Mas é muito importante que as pessoas também tenham treinamentos de primeiros socorros e de Suporte Básico de Vida (BLS) para um atendimento inicial mais completo e eficaz.
Por isso, cada vez mais lugares com a circulação de grande público diariamente contam com equipes treinadas para manuseá-lo.
Uma ótima maneira de treinar para situações emergenciais é utilizando o DEA Trainer Jezer com Feedback de RCP juntamente com um manequim de RCP. Com esses itens você pode treinar o uso e operação do DEA.
Além disso, pode ser feita a aplicação e aperfeiçoamento das compressões torácicas (RCP) em cenários pré-programados que simulam diversas situações de arritmias cardíacas.
Por não carregar, nem enviar choques, esses itens de treinamento podem ser utilizados com total segurança em treinamentos BLS e até ACLS (Suporte Avançado de Vida).
Como deu para perceber até aqui, além de ter um desfibrilador disponível e próximo, é imprescindível que todos saibam como usar o DEA corretamente para salvar vidas.