Covid-19 e problemas cardíacos – relações, riscos e complicações

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A Covid-19 é uma doença respiratória que pode fazer com que um paciente venha a falecer em dias, caso ele não seja submetido rapidamente aos tratamentos e equipamentos médicos especializados, como o ventilador pulmonar, por exemplo.

De acordo com os dados do Ministério de Saúde, no Brasil, mais de 100 mil pessoas faleceram em decorrência desse problema de saúde no primeiro semestre de 2020. No mundo, foram mais de 700 mil vítimas nesse mesmo período.

Em pacientes que possuem problemas cardíacos, a Covid-19 pode se agravar ainda mais, gerando complicações e até mesmo risco de morte.

Para saber mais sobre a Covid-19 e sua relação com problemas cardíacos, continue a leitura.

O que é a Covid-19?

A Covid-19 é uma doença causada pelo novo coronavírus conhecido desde 1960, mas que sofreu uma mutação genética e acabou se transformando em algo que ainda não era conhecido pelos cientistas.

O coronavírus é um vírus altamente contagioso. Ele é transmitido pelo ar, bem como pelo contato próximo com as pessoas que estejam contaminadas pela Covid-19.

Há pessoas também que contraem o Covid-19 e podem ser assintomáticas. E também há aquelas que podem sentir sintomas leves (febre, resfriado, coriza etc.), os quais podem evoluir para casos mais graves, a exemplo da insuficiência respiratória aguda, sendo esta uma das principais preocupações das autoridades públicas.

Alguns grupos sociais são mais propensos a desenvolver a forma mais grave da doença, como são o caso de pessoas acima de 60 anos ou que tenham doenças respiratórias, cardiovasculares ou diabetes. Nesse contexto, também se inserem aqueles que consomem tabaco.

A recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) para esses grupos é que evitem aglomerações ou locais que tenham pessoas com a Covid-19. Recomenda ainda que sigam com mais afinco as medidas de segurança estabelecidas pelas autoridades públicas de saúde, como usar máscara de proteção e ficar em casa sempre que possível.

Covid-19 e doenças cardíacas

Como podemos visualizar, a Covid-19 é uma doença que pode apresentar sintomas leves ou até mesmo ser assintomática. Mas também é capaz de evoluir para casos mais graves, colocando assim a vida das pessoas em risco.

Os casos mais graves da Covid-19 são visualizados em pessoas ou grupos sociais que possuem problemas cardiovasculares, entre outras comorbidades.

Nesse sentido, cabe destacar um boletim que foi desenvolvido pela American College of Cardiology (Colégio Americano de Cardiologia), fundado em 1949, sendo uma referência mundial em cardiologia.

De acordo com o boletim lançado por essa instituição, com o objetivo de orientar os profissionais de saúde em relação à Covid-19, os pacientes hospitalizados pelo novo coronavírus apresentaram o seguinte histórico clínico:

– Do total de pacientes hospitalizados, 50% deles possuíam doenças crônicas;

– 40% deles possuíam doença cardiovascular ou cerebrovascular.

Vale destacar também que entre os casos fatais, 86% tinham problemas respiratórios prévios. Desse total, 33% tinham acometimento cardíaco.

Esses dados revelam que a Covid-19 é uma doença que traz sérias complicações para pessoas que apresentam problemas cardíacos, entre outras doenças, como Diabetes.

Como o novo coronavírus prejudica mais a saúde de quem tem problema cardíaco?

O coronavírus, de acordo com o Ministério de Saúde, provoca uma infecção viral que traz uma série de reações responsáveis por desequilibrar certos problemas de saúde já existentes, como o caso das doenças cardiovasculares, as quais antes estavam equilibrados.

Destaca ainda que pacientes com doenças cardiovasculares prévias têm, quando acometidos pela Covid-19, alterações em seu sistema imunológico, fazendo assim com que seu organismo se torne mais frágil, o que facilita o agravamento de doenças já existentes.

Nesse contexto, é importante destacar que a Covid-19 pode causar infarto mesmo em pessoas que não têm doenças cardiovasculares.

De acordo com o Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ), a Covid-19 gera inflamação no coração e pode, inclusive, causar infarto.

O instituto destaca ainda que, “apesar de muitos pacientes que têm problemas cardíacos, como portadores de hipertensão, insuficiência cardíaca, arritmias e doença coronariana, serem mais suscetíveis ao desenvolvimento de complicações em decorrência da doença (Covid-19), alguns infectados, que não tinham problemas no órgão, tiveram infarto em decorrência da infecção pelo vírus”.

Isso indica que o coronavírus pode vitimizar até mesmo aquelas pessoas que não têm problemas cardiovasculares. Nessa direção, a cardiologista e professora do Instituto do Coração (Incor) de São Paulo, observa que isso é comum: o paciente tem o infarto e, quando você vai analisar concretamente a sua situação, percebe que a coronária é normal. O infarto vem após a inflamação no coração que é causada pelo novo coronavírus.

Cuidados especiais com as pessoas com problemas cardiovasculares

Por se tratar de um grupo considerado de risco, em relação à propensão para se desenvolver as formas mais graves da Covid-19, as pessoas com problemas cardiovasculares devem ser prevenir ainda mais, com o objetivo de preservar sua saúde e evitar complicações que podem comprometer sua vida.

Como dissemos no início deste conteúdo, a OMS traz diversas orientações que devem ser seguidas por esse grupo social de risco, como, por exemplo:

– Evitar aglomerações, como festas, receber muitos amigos em casa ou ir para filas de bancos – as quais estão mais cheias nesse período, devido às políticas de distribuição de renda do Governo Federal;

– Utilizar sempre a máscara de proteção, com o objetivo de evitar a contaminação pelo novo coronavírus, que, como vimos, a sua contaminação se dá tanto pelo ar como pelo contato com pessoas contaminadas;

– Fazer uso sempre que possível de álcool em gel, principalmente quando for e voltar de locais públicos ou mercados, feiras etc.

Além de ser necessário seguir essas recomendações, é de fundamental importância garantir o maior número possível de desfibriladores, equipamento que pode ser utilizado em momentos de urgência ou complicações. Ele pode ser utilizado não apenas no ambiente hospitalar, mas também em ambulâncias ou no local onde a vítima precisa ser restabelecida.

O desfibrilador pode salvar vidas, considerando que ele desempenha a importante função de restabelecer o ritmo cardíaco em um paciente que sofreu uma parada cardiorrespiratória. E, como vimos, o risco de parada cardiorrespiratória aumenta em pacientes com a Covid-19.

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