Dormir deveria ser uma tarefa fácil, mas, na realidade, não é bem assim, especialmente para os brasileiros. Um estudo feito pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), mostrou que 76% da população do país apresenta pelo menos uma queixa quando o assunto é a qualidade da noite de descanso e, muitos participantes, relataram sofrer com a privação de sono.
Mais do que os bocejos e vontade de dormir durante o dia, não ter uma noite reparadora contribui para o desenvolvimento de vários problemas de saúde, inclusive doenças crônicas. Continue a leitura para entender melhor!
Qual a relação entre privação de sono e desenvolvimento de doenças crônicas?
A privação de sono causa problemas seríssimos para a saúde, porque é neste momento em que o corpo executa processos fundamentais para funcionar em equilíbrio. Para isso acontecer corretamente, o organismo precisa atingir todas as fases do ciclo do sono. São elas:
- primeira fase: esse é aquele momento em que estamos adormecendo e, muitas vezes, até conseguimos sentir que estamos meio dormindo, mas também meio acordados. Aqui, o cérebro trabalha de maneira irregular, o corpo relaxa e a respiração fica mais devagar;
- segunda fase: se nenhum barulho externo, ronco ou outros problemas atrapalharem, o nosso organismo começa a adentrar mais nas etapas do sono, de modo que a temperatura corporal cai e os batimentos cardíacos ficam cada vez mais lentos;
- terceira fase: é aqui que entramos em sono profundo e as ondas cerebrais vão diminuindo os seus ritmos;
- quarta fase: totalmente desacordado, o nosso organismo começa a se reparar do dia anterior liberando hormônios do crescimento, substâncias reguladoras do sistema circulatório, ocorre a recuperação dos tecidos e a reposição da energia gasta;
- quinta fase: nesta etapa do ciclo, começamos a sonhar, e, com isso, o cérebro se acelera e faz uma espécie de “faxina” na memória, deletando informações inúteis e guardando aquelas que são importantes.
Todas as noites precisamos cumprir essas cinco fases e, quando isso não acontece, o organismo entra em desequilíbrio pela falta de liberação de substâncias reguladoras importantes, como os hormônios, e da “faxina cerebral”.
De modo geral, os principais problemas que levam à privação de sono são a dificuldade para dormir, a famosa insônia, ou a apneia obstrutiva do sono.
Dormir mal é fator de risco para quais doenças crônicas?
Dormir mal causa problemas muito mais sérios do que a falta de energia e sono durante o dia, como o desenvolvimento de doenças crônicas tais quais:
- Alzheimer: como é no momento do sono que ocorrem as consolidações da memória, a má qualidade da noite de descanso é um fator de risco para o aparecimento dessa doença;
- hipertensão: é durante a noite que ocorre a liberação de hormônios reguladores da circulação sanguínea. Sem um sono reparador, esse processo não ocorre corretamente e aumenta o risco de aparecimento de doenças cardiovasculares;
- demência: pela falta do processo de regeneração celular que ocorre durante à noite;
- depressão: dormir mal nos coloca em um estado de estresse crônico que a longo prazo leva ao desenvolvimento de irritabilidade, depressão, ansiedade e pode contribuir para a síndrome de burnout;
- diabetes: por causa da desregulação hormonal que compromete a ação da insulina no organismo.
Esses problemas afetam a qualidade de vida, por isso, é importante cuidar do seu corpo e da sua saúde. Confira o artigo que fala sobre as abordagens terapêuticas que o campo da medicina do sono desenvolveu para ajudar pacientes com apneia, uma condição que afeta bastante a noite de sono!