Segundo dados da Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (SOBRAC), cerca de 300 mil pessoas morrem subitamente por ano no Brasil. Desta forma, é muito importante que você esteja preparado para fazer uso do desfibrilador. Esse equipamento pode evitar muitas dessas mortes por parada cardíaca.
O Desfibrilador é um aparelho usado para fazer com que os batimentos cardíacos de um paciente, que esteja sofrendo uma arritmia cardíaca maligna e/ou um mal súbito, sejam reiniciados para voltar ao seu ritmo normal.
Recomendação para o uso do desfibrilador
As batidas do coração ocorrem quando as fibras musculares cardíacas se contraem e, em seguida, relaxam. Esses movimentos vão sendo repetidos num ritmo constante. E é capaz de bombear o sangue para as diversas partes e órgãos do corpo.
Quando o coração para de bater ou bate muito lentamente, normalmente temos um característico quadro de parada cardíaca. Os motivos que levam um indivíduo à parada cardíaca são diversos como insuficiência respiratória, choque elétrico, choque hipovolêmico, envenenamento, doença cardíaca, acidente vascular cerebral, afogamento ou uma pneumonia grave.
São situações altamente perigosas porque o coração é o órgão responsável por bombear sangue e oxigênio para o resto do corpo. Caso o início do tratamento seja demorado, a vítima pode falecer em poucos minutos, em função de uma parada cardíaca.
Por isso, é extremamente necessário que o Desfibrilador, juntamente com manobras de ressuscitação cardiopulmonar, sejam utilizados o quanto antes após identificado sintomas de uma parada cardiorrespiratória.
O uso do Desfibrilador Externo Automático (DEA) é indicado, portanto, quando houver sintomas que indiquem uma parada cardíaca. O equipamento é inteligente irá orientar o socorrista no atendimento de acordo com a possível arritmia. E então, durante o atendimento com o DEA, a desfibrilação (choque elétrico) será realizada nos casos em que o equipamento faça o diagnóstico de uma fibrilação ou taquicardia ventricular.
O estímulo elétrico (desfibrilação) tem como principal função reiniciar o ritmo dos batimentos cardíacos. Fazendo com que as fibras do músculo voltem ao normal. A cada minuto que passa da parada cardiorrespiratória, a chance de sobrevivência cai em aproximadamente 10%.
Indicação para Desfibrilação
O DEA é capaz de fazer a análise e diagnóstico do paciente para aplicar a desfibrilação (choque elétrico), quando diagnosticado os seguintes quadros:
1- Fibrilação
A fibrilação é um tipo de arritmia cardíaca que acontece quando as contrações das fibras musculares são desreguladas, rápidas demais e fracas. Essas arritmias (ausência de regularidade no ritmo dos batimentos) acontecem em duas partes do coração:
Nos átrios, que são as câmaras superiores, podem nem apresentar sintomas.
Também ocorrem nos ventrículos, que são as câmaras inferiores. Neste caso, os sintomas são perceptíveis. E é um tipo de arritmia que pode levar à morte com maior frequência do que a fibrilação nos átrios.
A pessoa que tem arritmia cardíaca pode suar frio, sentir um nó na garganta, ter tonturas e muitas vezes falta de ar. Quando ocorre a fibrilação ventricular, a desfibrilação (choque elétrico) é necessária para controlar a frequência dos batimentos. O Desfibrilador é o estímulo externo necessário, e que deve ser imediato, para reverter o quadro.
2- Taquicardia Ventricular
As taquicardias são o batimento acelerado do coração, acima de 100 por minuto. Existem três tipos de taquicardia, de acordo com o local do coração de onde surge o problema.
A sinusal se origina no nó sinusal, que são células específicas. A ventricular se origina no ventrículo, localizado na parte de baixo do coração. E a atrial se origina no átrio, na parte de cima do coração.
Nesses casos a desfibrilação também irá agir para reiniciar os batimentos para que eles possam reassumir a forma organizada dos batimentos.
Como saber e ajudar a vítima
Se você encontrar uma pessoa desacordada, sem conseguir respirar e sem pulso, é provável que ela tenha sofrido uma parada cardíaca. Ligue para o resgate imediatamente. Mas, como uma ambulância demora até 20 minutos para chegar ao local, para evitar que a pessoa vá a óbito, você precisará usar o desfibrilador. Procure saber se há um Desfibrilador Externo Automático (DEA) por perto e solicite para utilizá-lo o quanto antes. Quando há DEA na cena, a chance de sobrevivência pode chegar a 90%.
E por que o uso do Desfibrilador tipo DEA é o mais indicado?
Simples, ele é automático. A pessoa que vai operá-lo não precisa saber identificar traçados do ritmo cardíaco.
O Desfibrilador DEA é capaz de fazer o diagnóstico automático em situação de urgência cardíaca. Ele avalia a paciente, emite o laudo e indica e aplica a desfibrilação (choque) para os casos em que o tratamento é indicado e que é preciso retomar o controle da frequência dos batimentos do coração.
Ele emite avisos e instruções de áudio e texto sobre o paciente e sobre o tratamento. E até mesmo orientando o socorrista sobe a necessidade de aplicação da massagem cardíaca (RCP).
Desfibrilador interno
Implantado debaixo da pele de pacientes que possuem tendência a sofrer paradas cardíacas. Toda vez que o coração deixa de seguir o ritmo de batimentos cardíacos considerados normais, o equipamento dá um choque elétrico de forma automática. O Cardiodesfibrilador Implantável (CDI) pode durar de cinco a seis anos, mas vale lembrar que ele perde parte da carga toda vez que emite um choque e tem um a aplicação bem específica para pessoas que já possuem problemas cardíacos.
Já o uso do Desfibrilador móvel na parte externa do corpo e pode ser de dois tipos.
Desfibrilador Externo Manual
Nesse modelo, quem decide a intensidade e o momento do choque que será liberado no indivíduo é um profissional treinado da área de saúde, normalmente um médico especialista.
Desfibrilador Externo Automático
Por ser autoexplicativo, o equipamento pode ser operado por leigos, desde que treinados. É o próprio desfibrilador decide se há necessidade de aplicar o choque e sua intensidade. Por esse motivo e característico que se recomendada a presença do aparelho em locais públicos e privados com circulação de pessoas.
Também existem os cardioversores, que atuam de forma parecida que os desfibriladores, fornecem informações de eletrocardiograma para o operador, mas são indicados em outros tipos de situação.