Infelizmente as taxas de mortalidade por parada cardiorrespiratórias em crianças e bebês fora do hospitais são altas. Indo de 80 a 97% segundo dados da University of Virginia School of Medicine. Um número que poderia ser revertido se mais pessoas tivessem contato com os devidos procedimentos de ressuscitação cardiopulmonar – RCP em recém-nascidos.
Afinal, mais do que controle emocional, em situações de parada cardiorrespiratória em crianças e recém-nascidos é necessário conhecimento sobre os procedimentos de RCP, e nem todo mundo sabe que eles sofrem alterações com base na faixa etária.
Nesse artigo iremos aprofundar nos procedimentos indicados de reanimação cardiopulmonar em recém-nascidos, demonstrando os cuidados necessários para realizar o atendimento e como identificar a real necessidade do RCP.
Mas, antes de tudo, reforçamos que todo procedimento começa pelo contato com o serviço médico de emergência de sua cidade. Para depois, de acordo com as orientações, partir para a manutenção responsável da vida do bebê.
O que é RCP – Ressuscitação Cardiopulmonar
A ressuscitação cardiopulmonar, também chamada de RCP ou mesmo reanimação cardiorrespiratória, é um conjunto de técnicas emergenciais que possibilitam o restabelecimento da ventilação pulmonar e fluxo sanguíneo em uma pessoa que sofreu uma parada cardiorrespiratória – PCR.
Suas manobras comprimem a região torácica, e assim o coração da vítima, bombeando o sangue novamente para as partes do corpo, fornecendo oxigênio ao cérebro até que haja o devido atendimento médico.
Desse modo, saber efetuar esse procedimento de forma correta pode ser um fator decisivo no atendimento imediato de pessoas em PCR. Não apenas salvando-a como evitando danos neurológicos.
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Por isso a propagação desses conhecimentos e técnicas é tão necessária, principalmente com relação à variações que os procedimentos sofrem com relação à idade das vítimas.
Em casos de RCP em recém-nascidos, por exemplo, os cuidados com as técnicas e procedimentos são ainda mais importantes, como veremos a seguir.
Como identificar a necessidade de RCP em um recém-nascido
A hipóxia, ou seja, privação de oxigênio, é a causa mais comum de paradas cardiorrespiratórias em recém-nascidos. Mas a PCR pode também acontecer devido a quadros prolongados de infecção, dificuldade respiratória ou de outro tipo.
Além disso a bradicardia, ou seja, a diminuição de frequência cardíaca (menos de 60 vezes por minuto) é um sinal iminente de PCR. E dessa forma a reanimação neonatal é indicada e necessária.
Nesses casos o monitoramento dos sinais vitais é a prioridade. Sendo possível evitar a PCR ao observar com atenção seus sinais e gatilhos.
Assim sendo, qualquer comportamento atípico em crianças recém-nascidas pode ser um sinal e deve ser levado em consideração. A observação é ainda mais crucial em bebês já doentes.
E como realizar RCP em recém-nascidos?
Como reforçamos logo na introdução desse post, todo procedimento deve passar primeiramente pelo contato imediato com o serviço de emergência local da sua cidade.
Mas infelizmente mesmo com esse contato é preciso agir com rapidez e calma, por isso separamos as orientações para realizar a ressuscitação cardiopulmonar em recém-nascidos de forma correta.
Cuidados necessário:
- Primeiramente, é preciso posicionar as mãos sobre a barriga do recém-nascido para verificar a frequência da sua respiração e se ele está respirando ou não. Não havendo movimento abdominal e torácico é porque ele está em parada cardiorrespiratória. Contudo, no caso de bebês, primeiro é preciso verificar se não há sangramentos antes de começar as manobras de reanimação.
- Se algum sangramento for percebido é preciso estancá-lo imediatamente. Uma vez que o corpo de um bebê recém-nascido tem uma quantidade muito pequena de sangue. Dessa forma, antes de começar os procedimentos de RCP é preciso estancar a fonte de sangramento.
- Partindo para o RCP, é importante saber que no procedimento em recém-nascidos é indicado o uso de polegares lado a lado para a compressão torácica. Em caso de neonatos muito pequenos, os polegares devem ser sobrepostos, ou seja, deve-se colocar um polegar sobre o outro para realizar as compressões necessárias.
- Já em caso de recém-nascidos com mais peso, a utilização de dois ou três dedos pode ser recomendada. Durante a compressão os dedos devem ser mantidos em um ângulo de 90º graus em direção ao tórax da criança.
- Para a compressão, os dedos devem ser posicionados logo abaixo da linha dos mamilos do bebê.
- Pressione o pequeno tórax da criança com os dedos em uma profundidade de 4 cm em um ritmo de 100 a 120 compressões por minuto.
- Havendo um socorrista é importante que ele intercale as compressões com ventilações. Ou seja, que ele realize sopros para incentivar a respiração do recém-nascido. Sendo 30 compressões de alta pressão para duas ventilações (30:2).
- Mesmo depois do bebê recém-nascido voltar a respirar, é importante que a pessoa a socorrê-lo continue com os movimentos e manobras pelo menos até que o socorro médico chegue. Isso porque o corpo do bebê neonato é frágil e ainda não tem capacidade para reagir com vigor. O estímulo precisa continuar para garantir que o bebê se mantenha respirando e oxigenando o cérebro até que o atendimento especializado chegue.
- Durante todo o procedimento é recomendado que a pessoa pare mais vezes para avaliar se o bebê voltou a respirar, pois as reações do recém-nascido podem ser muito sutis.
Conclusão
Como discutimos, o foco sempre é prevenir e observar o recém-nascido, mas infelizmente casos de parada cardiorrespiratória acontecem. Seguir esses passos se torna essencial para salvar a vida do bebê e evitar maiores danos neurológicos correlacionados a PCR neonatal.
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Para saber mais sobre os cuidados especiais em crianças leia também: Como salvar a vida de uma criança que sofre parada cardiorrespiratória e saiba sobre a Lei Lucas, que tem por objetivo proteger as crianças do ensino infantil e básico de acidentes comuns que podem ocorrer em ambientes escolares.
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